Lembram-se...? Sim, deste homem, espaventoso e épico, da imagem?! Era Presidente da Distrital do Porto do Partido Socialista. Qual Justiça, qual carapuça! Reuniu um bando, e mostrou como deve ser um Presidente de uma Junta (Regional). Foi a Felgueiras libertar o povo das garras dos bárbaros, sem pedir oráculo aos deuses. O povo não o recebeu bem... Saíu de lá com uma valentíssima carga de porrada. Uma tragédia... que há-de passar aos livros que honram os heróis dos futuros cinco bocados de Portugal! Ou talvez não... Homens destes nunca desistem!
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Francisco Assis, o PS, o próprio José Sócrates, os deputados do PS, os autarcas do PS, guardavam, neste tempo de todas as crises, uma Nobre e Santa surpresa de Natal para o povo português: Regionalização de Portugal! Velhacos..., nem uma palavra nas autárquicas e legislativas efectuadas há dois meses, mas o Dr. Francisco está aí para liderar, com a ajuda de Deus, este grande desígnio nacional! Os outros partidos apanhados de supetão..., não querem acreditar... A surpresa foi recebida em Bruxelas com contida simpatia. Em Espanha quedaram-se pelo silêncio para não espantar a caça.
Os portugueses, esfusiantes de alegria, orgulhosos do PS, do Governo, da "classe" política em geral, de Francisco Assis em particular, não falam de outra coisa, e por tudo que é espaço público digno desse nome as conversas vão direitinhas ao tema da actualidade: Regionalização! Todo o "indígena", seja "bárbaro" ou "invejoso", não resiste e desatou a exteriorizar o seu contentamento. E com razão. Há séculos - diz-se que desde Afonso Henriques - que alimentam esta esperança, inscrita na sua cultura, e escondem em suas casas gravuras dos duques de Bragança e Viseu e do "Remexido" do reino algarvio (a que se junta agora a do Francisco).
Badala-se por aí que Francisco Assis planeia um périplo pelas aldeias mais recônditas das "assimétricas" mais fracativas para confirmar a BOA NOVA em resposta aos apelos das comunidades, que fizeram questão de deixar claro: venha, não tenha medo, não lhe espetaremos nenhuma valente carga de porrada como fizeram os seus camaradas e o povo de Felgueiras. Surpresa, surpresa, veio do Porto, com manifestações de apoio e contentamento, uma delas rezava assim: Porque não se candidatou em Outubro próximo passado à Câmara da Invicta? Certo..., teve aquela derrota humilhante nas penúltimas, mas teria bastado abrir a boca e proferir a palavra mágica -Regionalização! - e a vitória era certa.
Vinda do Porto, assinada por uma personalidade de hierarquia que não revelamos por respeito da privacidade, merece especial destaque: manda o Governo Central à m...., encosta o Sócrates à parede, e entende-te lá com os partidos, como só tu o sabes fazer! E fechava com estas palavras de ordem: PORTUGALIZA! - VITÓRIA OU MORTE! e numa intrigante Nota Final dizia: FAZ-TE AO BIFE, CONTA CONNOSCO! Pois é verdade, anda o povo em romaria, só quer a regionalização, sempre a quis, ninguém pára este desígnio popular que a corja de Lisboa tem impedido. Até que apareceu Francisco Assis em Beja, não muito longe do local onde envenenaram D. João II, o estirpador de regionalistas de outros tempos.
Pequenos agricultores, do Tejo a regiões interiores da Galiza, enviaram cartas a Francisco de Assis, revelando que já estão a receber ofertas de compra dos seus minifúndios, porque novas Lisboas e Portos se projectam no futuro das suas regiões. E compreende-se porquê: nota-se já um movimento de migração para o interior, em busca de um futuro melhor - menos risonho no litoral por vias da enorme extensão marítima, dentro da qual Portugal parece tombar e afundar-se.
Desgraçado sortilégio o nosso, que tão grande Mar nos havia de calhar!...