Francisco Louçã é o Grande Chefe de uma associação política constituída por bandos épicos, cujos membros por agora lhe prestam vassalagem para quinhoarem lugares à mesa do OE. As relações entre eles estão envenenadas, dominadas pela miragem sôfrega do esbulho a distribuir no final da aventura. Fingem-se fiéis à boa ética e fazem a respectiva algazarra, indiferentes à realidade concreta de Portugal, para atrair a si companheiros: "Juntar Forças"! "Juntar Forças"! - isto é uma aventura permanente!...
O que motiva muitos dos seus membros é o saque, coisa que os lançará uns contra os outros. Por isso, Francisco Louçã, conhecendo a salganhada que teria sido se anunciasse que o objectivo do saque se decidirá já no dia 27, afasta para longe o cenário do fim da aventura e proclama: não, o nosso objectivo é mais nobre, para mais tarde, é preciso "Juntar Forças"! "Juntar Forças"! Confiem, ficareis na História, Portugal será nosso quando derrotarmos o Inimigo (José Sócrates). Então, será tudo à fartazana.
E a pequena burguesia citadina esclarecida... e ressabiada, os bandos da inteligência lusitana em matéria de revoluções, largam haveres e abandonam as suas actuais famílias e não hesitam. É o que vai acontecer no dia 27, todos a reivindicar um quinhão do que só sobrará para poucos. Todavia, para FL, Portugal é um laboratório. O que é preciso é "Juntar Forças"!, "Juntar Forças"! para conquistar a Europa, o Mundo todo, ninguém pára os bandos épicos do Bloco de Esquerda nesta sua odisseia permanente.
Veremos então que estes bandos não passam de um saco de gatos sem unhas, esfomeados, prontos a morderem-se mortalmente, sem pachorra para mais batalhas. A vertigem pelas tetas das vacas do povo português vai sobrepor-se aos ideais delirantes do seu Grande Chefe. Revoltam-se, tombarão outra vez da História com estrondo. Voltarão ao real, a burguesia nacional não é assim tão reacionária e rica; o Inimigo José Sócrates não é bem o que diziam; os PPR's não são assim tão maus; o PS até é um partido muito democrático e de esquerda. E o quinhão que buscavam já o tinham em demasia para o que valem e são capazes de fazer.
E passarão a amar Portugal, a gritar pela Seleção, a discutir a fortuna do Ronaldo, a ver a Joana Amaral Dias nas revistas cor de rosa, a admirar Marcelo Rebelo de Sousa, a ver o "Jogo Duplo" e a Rússia de 1917 era afinal bem diferente. E imaginarão Karl Marx a visitar Portugal, nesta campanha, a rir de perdido, gestos de agradecimento, julgando que o estão a receber com sátiras cómicas sobre a sua filosofia. Mas escondem o Luís Fazenda para Marx não se finar à gargalhada.
Brinquemos ou quê? Votar Sócrates, pois claro!